Este ano, a 25 de abril de 2024, temos muito para celebrar: cinquenta anos de democracia, cinquenta anos de liberdade, cinquenta anos do fim de uma ditadura militar em Portugal.
Para além da luta pela liberdade e democracia, a data simboliza também a luta pelos direitos humanos. A Revolução dos Cravos, ocorrida no dia 25 de abril de 1974, estabeleceu o caminho para a democracia e mudança. Ganhou o nome devido aos civis que colocaram cravos nos canos das armas dos soldados, como símbolo de paz e amor. Consequentemente, o cravo passou a ser um símbolo ligado a estas celebrações e à revolução pacífica de abril.
Igualmente intrínsecas à data, estão dezenas de músicas emblemáticas de protesto e intervenção, que serviram como armas da revolução. Estas foram (e continuam a ser) ferramentas de mobilização e crítica social, refletindo os ideais de liberdade, democracia e mudança que estavam no centro da revolução.
Atualmente, são vários os artistas nacionais que seguem a expressar-se através da música para fazer crítica política e social, incitando e alertando para uma necessidade de continua transformação e mudança. Nestas últimas semanas, foram lançados vários temas que, para além de reavivarem a memória da revolução, representam, de forma contemporânea, o enaltecimento da liberdade e o caminho de mudança necessário para continuarmos a moldar um fado cada vez mais justo e digno.
Para celebrar os cinquenta anos do 25 de Abril, a Waybox criou uma playlist especial para a ocasião: “Vozes da Revolução”. Uma compilação de músicas de intervenção e hinos da resistência. A seleção conta não só com músicas marcantes da revolução, mas também com composições que posteriormente se tornaram hinos da resistência e com temas contemporâneos que enaltecem a democracia, a liberdade e os direitos humanos.
Músicas icónicas da Revolução dos Cravos
Em baixo, damos destaque a cinco músicas icónicas do canto político desta revolução:
E Depois do Adeus – Paulo de Carvalho
Esta música foi usada como primeira senha, transmitida pelos Emissores Associados de Lisboa, para preparar as tropas e indicar o início da revolução. Tornou-se no símbolo da libertação do regime ditatorial.
Grândola Vila Morena – Zeca Afonso
Este tema, um hino de resistência e esperança, é dos mais simbólicos da Revolução dos Cravos. Serviu como segundo sinal para iniciar as operações do golpe militar, tendo sido transmitida na Rádio Renascença.
Somos Livres – Ermelinda Duarte
“Somos Livres” é uma canção emblemática da Revolução dos Cravos, que se tornou num hino de liberdade e esperança durante os dias turbulentos que antecederam e seguiram a revolução.
Venham mais cinco – Zeca Afonso
Esta música foi também pensada para senha da revolução. Entre linhas, percebe-se o poema sobre a força da união e a necessidade de resistir sempre contra a injustiça. É um apelo à continuação da luta pela liberdade e justiça social.
Liberdade – Sérgio Godinho
Liberdade é uma das canções mais icônicas de Sérgio Godinho. Tornou-se um hino de resistência durante os anos da ditadura em Portugal, captando o espírito de luta e o desejo de liberdade face às injustiças e opressões do regime ditatorial.
Músicas contemporâneas da Liberdade
Para os temas contemporâneos, destacamos igualmente cinco músicas:
Por nos darem tanto – Ana Bacalhau
A música, que saiu a 17 de abril deste ano, tem interpretação de Ana Bacalhau, letra de A Garota Não e design de João Pombeiro. O tema é uma homenagem e um agradecimento às mulheres que lutaram pelos seus direitos, abrindo portas a um futuro mais livre e justo para as seguintes gerações de mulheres.
Teresa Torga – Júlio Pereira e Marisa Liz
Uma versão com uma sonoridade mais moderna da música do Zeca Afonso, que se tornou um hino à mulher e um tributo à resiliência feminina, lançada no passado dia 12 de abril.
Majestade [25 de Abril] – Aldina Duarte
O tema, escrito por Capicua, refere diretamente a Revolução dos Cravos, sendo uma homenagem aos que lutaram e aos seus valores. A música, que saiu a 22 de março, destaca a importância da liberdade, da democracia e da resistência contra a opressão.
A Madrugada que Eu Esperava – Bárbara Tinoco
A canção, lançada a 12 de abril, celebra a liberdade e conta a história do dia da Revolução dos Cravos, refletindo sobre os sentimentos envolvidos nesse dia, tanto de alegria, como de medo.
Dois Dedos de Testa – Carolina Deslandes
A 18 de abril, saiu para o ar a canção ‘Dois Dedos de Testa’, com mensagens de empoderamento e resiliência, abordando a temática da saúde mental e do bem-estar emocional.
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Sobre a Waybox
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